O nome pode não dizer muito a muita gente. Mas este senhor criou “West Wing” – os Homens do Presidente – e mais recentemente “Studio 60 on the Sunset Boulevard”.
A primeira série foi um sucesso brutal. Durou sete longas séries. E tornou o autor num nome incontornável de Hollywood. A segunda foi um flop nas audiências e só teve uma série. O senhor não desistiu e foi escrever um filme – “Charlie Wilson’s War”... Não se ralou nem um bocadinho com o falhanço do Studio 60...
Provavelmente porque ele sabia que tinha ali uma boa série. Tinha escrito uma série sobre os bastidores de um programa de humor ao vivo. E aquilo funcionava! E o mais interessante é que, tal como em “West wing”, ele mantinha os seus guiões cheios de ideias como esperança, fraternidade, amor, paixão, humor e muita coragem.
Aaron Sorkin não tem medo. Não tem medo de escrever, de abordar temas, de os expor em ficção. E os produtores das suas séries não têm medo de produzir os capítulos, muitas vezes com cenas que os devem arrepiar. O Sorkin não teve medo de escrever sobre os bastidores da televisão nos Estados Unidos com realismos e auto-crítica. E os produtores deram-lhe corda. A série não teve audiências... Mas a verdade é que “West Wing” foi um case study... tal como o House... ou os Sopranos... Séries com conteúdo que se aguentam na América contam-se pelos dedos... E são essencialmente séries da Costa Leste... Hollywood não é apelativo à malta de Nova Iorque, nem ao MidWest... E a própria Hollywood não gosta de se ver retratada...
Mas o Soorkin não está sozinho... Os palermas dos americanos, que nós aqui em Portugal gostamos tanto de olhar de lado e de dizer que são burgessos têm feito arte na televisão e têm-na vendido ao mundo inteiro. Nós, aqui na Europa, salivamos com a forma simples e directa que eles têm de dizer as coisas... Criticamos o Bush, a América da pena de morte, dos fanatismos religiosos... Mas essa América está nas séries de ficção deles...
Acho que o que o Sorkin mais me tem ensinado, é que esta coisa de escrever histórias e depois encená-las e filmá-las tem de continuar a ter um sentido. Por mais comercial, banal, simples ou menos fútil que seja, cada história deve querer dizer alguma coisa... Deve ter uma essência... Algo que a torne especial... E no momento em que está no ar... Única.
sexta-feira, maio 16, 2008
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